quarta-feira, 29 de outubro de 2008



Na sala de reunião de uma multinacional o CEO nervoso fala com sua equipe de gestores. Agita as mãos, mostra gráficos e, olhando nos olhos de cada um, faz uma ameaça: “ninguém é insubstituível”. A frase parece ecoar nas paredes da sala de reunião em meio ao silêncio. Os gestores se entreolham, alguns abaixam a cabeça. Ninguém ousa falar nada. De repente, um braço se levanta e o CEO se prepara para triturar o atrevido: - Alguma pergunta?- Tenho sim. E o Beethoven? - Como? - o CEO encara o gestor, confuso - O senhor disse que ninguém é insubstituível e quem substitui o Beethoven? (Silêncio). Ouvi essa estória esses dias, contada por um profissional que conheço e achei muito pertinente falar sobre isso. Afinal, as empresas falam em descobrir talentos, reter talentos, mas no fundo, continuam achando que os profissionais são peças dentro da organização e que quando sai um é só encontrar outro para pôr no lugar. Quem substitui Beethoven? Tom Jobim? Ayrton Senna? Ghandi? Frank Sinatra? Dorival Caymmi? Garrincha? Michael Phelps? Santos Dumont? Monteiro Lobato? Faria Lima? Elvis Presley? Os Beatles? Jorge Amado? Paul Newman? Tiger Woods? Albert Einstein? Picasso? Todos esses talentos marcaram a História fazendo o que gostam e o que sabem fazer bem - ou seja - fizeram seu talento brilhar. E, portanto, são sim insubstituíveis. Cada ser humano tem sua contribuição a dar e seu talento direcionado para alguma coisa. Está na hora dos líderes das organizações reverem seus conceitos e começarem a pensar na maneira de desenvolver o talento da sua equipe focando no brilho de seus pontos fortes, e não, utilizando energia em reparar seus “gaps”. Ninguém lembra e nem quer saber se Beethoven era surdo, se Picasso era instável, Caymmi preguiçoso, Kennedy egocêntrico, ou Elvis, paranóico.O que queremos é sentir o prazer produzido pelas sinfonias, obras de arte, discursos memoráveis e melodias inesquecíveis, resultado de seus talentos. Cabe aos líderes de sua organização mudar o olhar sobre a equipe e voltar seus esforços em descobrir os pontos fortes de cada membro. Fazer brilhar o talento de cada um em prol do sucesso de seu projeto. Se seu gerente ou coordenador, ainda está focado em “melhorar as fraquezas” de sua equipe, corre o risco de ser aquele tipo de líder que barraria Garrincha por ter as pernas tortas, Albert Einstein por ter notas baixas na escola, Beethoven por ser surdo e Gisele Bündchen por ter nariz grande. E, na gestão dele, o mundo teria perdido todos esses talentos. Portanto, nunca esqueça:


VOCÊ É UM TALENTO ÚNICO E COM CERTEZA NINGUÉM TE SUBSTITUIRÁ!

Um comentário:

Pod papo - Pod música disse...

Isso é a mais pura verdade. Muitos líderes olham só para os pontos fracos de seus funcionários e não olham para os pontos fortes. Eu acho que um verdadeiro líder sabe utilizar muito bem as qualidades do seu funcionário fazendo com que os defeitos sequer sejam notados. Para a equipe produzir, é preciso usar as qualidades e não os defeitos, os defeitos não interessam, apenas os talentos. Funcionário tem que parar de ser tratado como um simples objeto. Somos sim insubstituíveis. Cada pessoa tem seu dom, cabe ao líder da organização saber usufruir dos dons de seus subordinados.

Beijão!