Coach ajuda profissional a procurar uma nova possibilidade de saída e sucesso
(Gazeta do Cambuí - 01/08/08 - NICE BULHÕESmailto:BULHÕESnice@rac.com.br)
Ao mudar de área dentro da empresa, saindo do setor de contratos e indo para o de vendas, a analista pleno Wandreia Milani de Almeida, de 27 anos, descobriu que tinha muita dificuldade de se comunicar e expressar em público. “Quando apresentava resultados, sentia-me apreensiva e insegura”. Foi aí que procurou e tomou conhecimento do programa de coaching, que serve para desenvolver competências necessárias para se atingir os objetivos desejados. Formada em ciências contábeis, Wandreia teve de traçar metas, analisar o prazo para que as coisas ocorressem e se preparar para as mudanças. “Foi o momento de reflexão e foco no objetivo, derrubando o que estava atrapalhando e colhendo os frutos positivos”.
Depois do coaching, Wandreia teve uma experiência transformadora na carreira e na vida pessoal. Seus maiores fantasmas quando deu início ao programa foram a falta de confiança e o medo. “A visão que tinha antes era de derrota, de que tudo que era me passado não conseguiria desenvolver e cumprir no prazo; quando cumpria os relatórios estavam errados”, conta. “A transformação deu pra ver em três a quatro meses, com mudança de cargo, elogios e reconhecimento”, relata. Wandreia passou a focar os seus objetivos e a acreditar no seu potencial. “Hoje, no lado profissional, sempre busco mais: mostrar desenvolvimento e criação de projetos. Sobre reconhecimento e confiança, cheguei sim onde eu queria”.
O coach Marcos Tonin, de 29 anos, diretor de Projetos Especiais da Apoema Inteligência em Pessoas, explica que atualmente existem vários programas de coaching, direcionados para as necessidades do coachee (cliente, pessoa que passa pelo processo). “Têm coachings de carreira, executivo, de vida, de grupo, dentre outros”. Segundo Tonin, o papel do coach é ser o “fluído” de uma grande engrenagem. “É ser o condutor do processo e não o processo. Ao contrário dos processos de mentoring, consultoria e aconselhamento, o coach não dá as respostas. Ele acompanha o cliente e o ajuda através de perguntas específicas a achar soluções rápidas e a desenvolver as competências”.
Outro papel fundamental do coach, segundo Tonin, é ajudar o coachee a tirar a “nebulosidade” de seus desejos, trabalhando com suas crenças e limites pessoais e/ou profissionais que o assombram. “Há fantasmas que atormentam a carreira de profissionais, como o medo de falar em público, a falta de planejamento e organização, medo do sucesso e crenças limitantes que fazem com que os profissionais não consigam alavancar suas carreiras e seus sonhos. Nesses casos, o coach pode sim ser a lanterna no quarto escuro, mas que não vai mostrar a saída, mas sim entregar a lanterna ao cliente e de mãos dadas procurar uma nova possibilidade de saída e sucesso”.
Resultados
Tonin salienta que a procura por coaching tem aumentado a cada ano. “Em 2006, a procura era ainda tímida”, afirma Tonin. “Em 2007, a Apoema concentrou suas atividades de coaching em Campinas e região. Neste ano, tivemos 128 processos, sendo 38% deles feitos por pessoas físicas, profissionais liberais ou até mesmo executivos que procuraram para alavancar questões profissionais fora da empresa”. Para 2008, a Apoema tinha como meta superar o resultado de 2007 em 33%. “Porém, no primeiro semestre deste ano, notamos um crescimento de 24%, o que nos levou a investir em um novo local de atendimento”. O processo de coaching é composto, segundo Tonin, de 10 a 12 encontros de uma hora que podem ser realizados semanalmente, quinzenalmente ou mensalmente. O custo varia de R$ 1,9 mil a R$ 3 mil por pessoa.
Existem ainda, segundo Tonin, processos menores de até seis encontros direcionados para universitários. “Esse produto é exclusivo da Apoema e custa R$ 900 por pessoa. Existem ainda os atendimentos individuais, chamados de coach running, que duram duas horas. O cliente trata de um assunto específico e custa R$ 190 cada”. Segundo Tonin, os profissionais que receberam coaching em empresas pela Apeoma tiveram 93% de aumento de produtividade, 91% de satisfação no trabalho e 72% de redução em conflitos. A nutricionista Pérola Ribaldo, de 29 anos, estava em dúvida se seguia a carreira em restaurante ou se trabalhava numa clínica. “Consegui autoconhecimento para ter foco no que queria e tracei um planejamento estratégico. O coaching me encorajou”. Hoje, trabalha em uma clínica.
Base é formação humanista
A essência do coaching é ajudar a pessoa a resolver seus problemas e a transformar o que aprendeu em resultados positivos para si e para a equipe que lidera. “Dessa forma, seu aprendizado é ampliado para o grupo de trabalho e daí para a coletividade organizacional”, explica a psicóloga Sueli Aparecida Milaré, de 49 anos, diretora-geral de coaching da empresa Korum Transição de Carreira. Por isso, segundo Sueli, o coach precisa ter um bom nível de preparo para o exercício da atividade.
“A condução de programas de desenvolvimento deste tipo deve ser realizada por profissionais que tenham uma forte base e formação humanista para entender sobre relações interpessoais, ter vivência organizacional diversificada, ser um profissional sênior que garanta que seja ouvido pelo coachee e que seu histórico profissional garanta credibilidade e confiança em processos sigilosos e delicados, como o coaching”, explica Sueli. Acrescenta que, para a empresa, o benefício refere-se a ter um executivo com novas competências, que poderão ser aplicadas ao negócio a curto prazo. “Para o executivo, o coaching agrega novos comportamentos que serão incorporados ao seu dia-a-dia, independentemente de onde ele trabalha”. Segundo Sueli, a Korum Transição de Carreira registrou um aumento de 150% na procura pelo programa de 2006 para 2007.
Sueli realizou um estudo qualitativo ao longo do programa de coaching de 10 executivos da região para a confecção da tese Intervenção breve em organizações: Mudança em coaching de executivos, defendida em fevereiro deste ano, no Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Pontifícia Universidade Católica (PUC-Campinas). O resultado foi: 90% deles melhoraram a adaptabilidade para a mudança, 80% melhoraram sua prontidão para a mudança, 70% melhoraram o relacionamento com os colegas e 50% melhoraram o controle emocional, embora o programa não tivesse esta meta específica.
Origem
Etimologicamente, coaching vem de coach, uma palavra antiga com origem em uma pequena vila húngara onde foi desenvolvida a carruagem coberta, chamada koczi. Esse meio de locomoção foi criado para proteger seus habitantes das intempéries regionais ao serem transportados de um lugar para o outro. A palavra coaching, ao longo da história esteve associada ao transporte e mais recentemente ao esporte, em que um especialista treina e desenvolve um atleta ou uma equipe a atingirem metas. Também é utilizada no sentido de tutorado, alguém que guia os passos de uma pessoa para que esta tenha sucesso sustentado em valores e princípios. Efetivamente, todos esses sentidos da palavra são encontrados no dicionário Oxford, em que a palavra coach é traduzida como sinônino de técnico, treinador, tutor, assim como carruagem, ônibus e viagem em carro ou em carruagem. Coach é ainda o profissional especializado no processo de desenvolvimento humano. Já coachee (ou performer) é a pessoa que se submete ao processo de coaching.
Fonte: Sueli Aparecida Milaré, psicóloga e diretora-geral de coaching da empresa Korum Transição de Carreira
QUANTO CUSTA
Korum Transição de Carreira
O preço do coaching é de um salário do executivo, já que o foco da Korum são as pessoas jurídicas (empresas). O endereço é Rua Maria Monteiro, 830.
Telefones: 3295-3813 e 3295-6567.
Mikinev Search, Assessment & Coaching
O preço do coaching varia de R$ 250 a R$ 1 mil por hora de processo.
O endereço é Rua Ana Jarvis, 48, sala 5.
Telefone: 3254-9222.
Apoema Inteligência em Pessoas
Dispõe de vários tipos de coachings, valores médios por encontro: running: R$ 190, para jovens: R$ 150, de vida: R$ 158,33, de equipe: R$ 208,33, de carreira: R$ 233,33 e executivo: R$ 250.
O endereço é Rua Alferes Domingos, 55, sala 5.
Telefone: 3385-5105.
Fonte: empresas consultadas
Inspiração em Sócrates
O coaching teve inspiração em Sócrates, que tinha por habilidade ajudar as pessoas a tirarem de si as opiniões próprias e limpas de falsos valores através de perguntas. Sócrates acreditava que a construção do conhecimento tinha que vir de dentro e de acordo com a consciência de cada um. Seu processo de perguntas “poderosas” fazia com que seus orientandos entrassem em contato com a mais pura verdade e com o ponto-chave da questão sem pudores. Dotada da visão de “construir” conhecimento e experiências, seu método por vezes era imperdoável com as desculpas e mentiras, pois tinha como base o processo de responsabilização do indivíduo, ou seja, se alguém faz algo não há motivos para culpar a situação, o clima, o governo, etc. Sua ação foi baseada em princípios pessoais e era isso que Sócrates fazia: trazia à tona a responsabilidade de cada um no processo de aprendizagem e desenvolvimento.
Fonte: Marcos Tonin, relações-públicas, consultor de desenvolvimento pessoal e profissional e diretor de Projetos Especiais da Apoema Inteligência em Pessoas
A Renata Toledo lá do Colégio Múltiplo está fazendo coaching e está adorando os resultados.
bjs - Bru
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